Black Widow #6: WG6100 – O Desafio de Montar um Novo Monitor
A restauração do Black Widow estava na seguinte etapa: substituição do chip AVG concluída com sucesso e um novo monitor recebido – o conjunto comprado de um colecionador e consertado pelo especialista Slackmoe, formado por uma placa defletora e uma gaiola de alta voltagem. Este kit deveria ser montado com a minha neck board, que não foi enviada para conserto.
O procedimento de montagem de um monitor WG6100 é um pouco complexo, por existirem muitos conectores a serem ligados e por ser necessário tomar o máximo de cuidado para não trocar nenhum deles de lugar. Os conectores geralmente possuem combinações de pinagem que evitam a ligação acidental.
Por exemplo, os plugs principais do padrão Molex possuem formatos que impedem a conexão errada, e os plugs menores que são iguais uns aos outros geralmente utilizam a técnica de keying, que consiste em inserir uma key plástica em um dos espaços fêmea, com correspondência de pinagem macho. Desta forma, torna-se impossível conectar o plug no espaço errado:
Ainda assim, no caso do WG6100, existem alguns conectores terra e outros de transistores do chassis que são iguais e não possuem key. A conexão geralmente é controlada pelo tamanho e molde do chicote, o que favorece a ligação correta. Apesar disso, é possível conectar o cabo no local errado ou mesmo esquecer de ligar alguma conexão, portanto todo cuidado é pouco.
O processo de montagem deve começar com a desconexão da neck board do pescoço do tubo. Essa é uma importante dica que recebi do Andrewb, com o objetivo de evitar que, dado o reduzido espaço de trabalho, uma batida acidental na placa venha a quebrar o pescoço do tubo, um desastre sem precedentes, que inutilizaria o monitor.
Após inserir a HV cage e a deflection board, é possível perceber o emaranhado de fios do chicote, o que pode ser realmente intimidador. Uma coisa que ajuda muito no início é a documentação fotográfica: antes de desmontar o monitor, tirar fotos de todas as conexões para ter a referência, posteriormente, durante a remontagem, de qual cabo se conecta a qual parte.
Após conectar todos os cabos, é importante fazer também um registro fotográfico do processo de montagem:
Finalmente, o monitor é colocado novamente no arcade, os cabos são conectados e está tudo pronto para ligá-lo:
Com muita expectativa, havia chegado a hora da virada do switch, porém o resultado foi novamente decepcionante:
A presença da temida lâmpada vermelha significa uma coisa: spot killer on, ou seja, algo está muito errado e o monitor foi desligado para proteção. Não há vetores gerando sinal para a gaiola de alta tensão.
O jogo continuava funcionando, sob o diagnóstico chamado playing blind: é possível ouvir o som do game, porém o monitor não funcionava.
Para confirmar o diagnóstico, eu fiz a verificação das voltagens da placa-mãe – primeiro em relação à entrada de 5V proveniente da fonte, que faz a placa funcionar. Esta parte é muito importante e, na verdade, alguns especialistas recomendam que a regulagem seja mantida para enviar voltagem de até 5.1V à placa, ligeiramente superior à recomendação nominal. No meu caso, a voltagem estava mais precisa, ao redor de 5V:
Em seguida, recebendo orientação do Slackmoe, verifiquei as voltagens de saída que são enviadas à placa defletora: elas precisam estar dentro de certos parâmetros e são elas que determinam o desenho dos vetores. Sua medição é feita nos pinos de teste X e Y da placa-mãe.
Neste vídeo, é possível perceber o teste sendo feito primeiro na XOUT, depois na saída YOUT. As voltagens aparentavam estar dentro do parâmetro operacional.
Sendo assim, sem um diagnóstico claro do que poderia estar errado, pelo menos dois especialistas apontavam para um possível problema na placa-mãe, apesar de ela ter sido reparada pelo técnico Daniel, com testes no osciloscópio demonstrando seu funcionamento.
Estava chegando o momento de evoluir minhas ferramentas de diagnóstico.
Este post é parte de uma série. Os capítulos anteriores são: Post Introdutório: Arcades Vetoriais Coloridos, 01 – Uma Conversão a Partir do Gravitar, 02 – Tentativa de Reviver os Vetores Coloridos, 03 – WG6100 Monitor Rebuild: Um Desafio Gigante, 04 – Monitor Extraviado e a Dificuldade de Conseguir Outro e 05 – AVG Chip: O Componente que Vai Falhar.
O próximo post é o 07 – Testando um Arcade Vetorial com Osciloscópio.
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