Black Widow #12: Como Regular a Imagem de um Monitor Vetorial Colorido
Após 2 anos de muito aprendizado, tentativa e erro, finalmente consegui fazer funcionar o meu arcade Black Widow, da Atari.
Este é o registro do meu primeiro jogo após uma década com o arcade. O Black Widow permite escolher em que fase iniciar, e neste vídeo comecei da fase 13:
As Telas de Teste do Black Widow
Em seguida, iniciei os procedimentos de modo teste do Black Widow para poder ajustar a imagem. No vídeo, é possível ver todas as telas disponíveis para teste:
A primeira tela mostra uma letra “E” no topo, o que indica um erro de EEROM (Electrically Erasable Read-Only Memory). É um problema bastante comum e para resolvê-lo basta substituir um componente da PCB. A segunda tela indica claramente um erro de alinhamento/geometria entre os vetores, e a última (grid) aponta um problema de convergência do lado esquerdo, causando distorção nas cores.
O problema da geometria é resolvido facilmente com um ajuste nos trimpots de BIP na PCB. Não ficou perfeito, mas está próximo do ideal:
Desmagnetizando um Monitor Vetorial Colorido
O problema de convergência do lado esquerdo da tela é pontual, tem a característica de um defeito de magnetização. Para resolvê-lo, é preciso utilizar uma bobina de desmagnetização, também chamada de degaussing coil:
No vídeo acima, eu estava utilizando uma bobina nacional, comprada pelo Mercado Livre, e ainda com certo cuidado, pois nunca havia desmagnetizado um monitor vetorial antes. A bobina, entretanto, é de baixa potência e exigiu uma grande proximidade do tubo para fazer efeito.
O resultado não ficou satisfatório, de forma que optei por comprar uma bobina de desmagnetização profissional no mercado americano:
Após 30 dias, recebi a bobina. No vídeo, é possível perceber a diferença de potência entre as duas. Desta vez, realizei o procedimento correto, completo. O limite operacional da ferramenta é de 1 minuto ligada, depois disso é necessário deixar esfriar a bobina por 30 minutos antes de usá-la novamente:
O problema não foi completamente resolvido, mas melhorou bastante em relação ao estado original. As telas mostram o antes e o depois da aplicação da ferramenta profissional:
Ajuste da Alta Voltagem “a Quente”
Após todas as regulagens de imagem, faltava o ajuste final da alta voltagem do monitor color vector Wells-Gardner WG6100.
O processo consiste em preparar a sonda de alta voltagem – procedimento já realizado no post de funcionamento do monitor – e deixar a máquina funcionando por cerca de 1 hora. Após esse período, todo o conjunto do chassis e do tubo estarão operando “a quente”. É possível perceber a alta temperatura ao tocar qualquer parte do chassis, e isso é considerado normal para monitores vetoriais.
Para o teste seguinte, troquei o meu antigo multímetro por um de melhor qualidade, da marca Fluke. Descobri que o anterior passou a apresentar alguns problemas de precisão, coincidentemente após a realização dos testes de alta voltagem. Recapitulando, eu havia deixado a saída de alta voltagem com regulagem ao redor de 19.200V:
Entretanto, no novo teste que fiz, havia diferença de cerca de 1V na escala reduzida. Como estamos falando de um fator de redução de 1.000x com a sonda, isso significa que a alta voltagem estava operando em 18.300V:
O procedimento, novamente, consiste em regular o trimpot da gaiola de alta tensão utilizando uma chave de fenda reduzida, com a maior quantidade possível de componentes plásticos, para evitar um curto-circuito:
Após o ajuste, resolvi manter a alta tensão ligeiramente abaixo da capacidade nominal (19.500V), com 19.350V de ajuste:
Por fim, a verificação da voltagem B+, como double check, que deve estar entre 180 a 185V, apresentou 183V, o que está perfeito:
Com a regulagem do monitor color vector plenamente concluída, era hora de prosseguir para as novas etapas da restauração.
Este post é parte de uma série. Os capítulos anteriores são: Post Introdutório: Arcades Vetoriais Coloridos, 01 – Uma Conversão a Partir do Gravitar, 02 – Tentativa de Reviver os Vetores Coloridos, 03 – WG6100 Monitor Rebuild: Um Desafio Gigante, 04 – Monitor Extraviado e a Dificuldade de Conseguir Outro, 05 – AVG Chip: O Componente que Vai Falhar, 06 – WG6100: O Desafio de Montar um Novo Monitor, 07 – Testando um Arcade Vetorial com Osciloscópio, 08 – A Substituição dos Transistores de Chassis do WG6100, 09 – O Verdadeiro Desafio de Fazer Funcionar um Color Vector – Parte 1, 10 – O Verdadeiro Desafio de Fazer Funcionar um Color Vector – Parte 2 e 11 – O Verdadeiro Desafio de Fazer Funcionar um Color Vector – Parte 3.
O próximo post é o 13 – PCB, Edge Connector e High Score Save com Novos Recursos.
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