Circus Arcade Game – Uma Criativa Variação de Breakout?
Do “Ball and Paddle” para o “Block Breaker”
A origem de Circus é proveniente de um momento na história dos video arcades em que os conceitos dos jogos ainda estavam sendo aperfeiçoados. Com poucos recursos tecnológicos e uma implementação gradual do microprocessador, a Era de Bronze dos Video Arcades (Bronze Age of Arcade Video Games) foi um período da década de 70 em que a maior parte dos jogos era fabricada com monitores em preto e branco, e muitos ainda com circuitos lógicos TTL.

O gênero de Circus tem clara inspiração no precursor Pong, da Atari, de 1972. Nos anos seguintes, outros games surgiram na tentativa de aprimorar a jogabilidade e permitir que uma pessoa pudesse enfrentar sozinha o desafio de um video arcade no estilo “Ball and Paddle”. A ordem cronológica foi a seguinte:
- 1976: lançamento do Breakout, da Atari, ainda com circuitos TTL;
- 1977: surge o Circus, da Exidy, com uso do microprocessador;
- 1978: a Atari lança o Super Breakout, também incorporando o microprocessador;
- 1980: já com opção em monitor colorido e bem mais sofisticado, aparece o Warlords, da Atari;
- 1986: com uma década de diferença em relação ao primeiro Breakout, surge o representante final do gênero, o Arkanoid, da Taito.
Sem citar variações de Pong, como Quadrapong, Pong Doubles, Rebound e outras, os video arcades acima representam um gênero que também evoluiu para ser classificado como “block breaker arcade video game”.
Clean Sweep: A Origem dos Block Breakers
Um jogo muito importante que influenciou todos os subsequentes do estilo foi Clean Sweep, lançado em 1974 pela Ramtek. Este jogo foi a primeira aparição, ainda muito rudimentar, do gênero block breaker.
Howell Ivy foi o desenvolvedor desse jogo, e, enquanto trabalhava para a Ramtek na criação de Clean Sweep, ele começou a desenhar o conceito de uma evolução mais sofisticada, a partir da ideia da gangorra e dos balões.
No meio do caminho, em 1976, também inspirada por Clean Sweep, a Atari lançou o Breakout, e na sequência Ivy concebeu Circus, já com o uso do microprocessador 6502, que possibilitou uma progressão muito maior na dificuldade do jogo, tornando-o mais elaborado.
Apesar de ser uma variação do Breakout, Circus tem personalidade própria. O resultado do desenvolvimento foi um jogo muito autêntico, que alcançou sucesso mundial. Ele foi licenciado pela Taito, no Japão, para em seguida a empresa ter sua própria versão, chamada de Acrobats. Outras marcas também lançaram variações a partir de placas fornecidas pela Exidy, incluindo a Sega, com o Seesaw Jump, e a Midway, com o famoso Clowns.



Com exceção de Circus e Clowns, que ainda são gabinetes de arcade possíveis de serem encontrados, os demais são todos raríssimos e quase impossíveis de achar.
Circus no Atari 2600
Até começar a colecionar video arcades de forma mais entusiástica, eu desconhecia que Circus era um jogo concebido inicialmente para os fliperamas. Afinal, como colecionador de Atari 2600, o equivalente que eu jogava era o Circus Atari, que, pelo próprio nome, sugeria ter sido inventado justamente para essa plataforma doméstica.
No vídeo acima, mostro algumas variações de caixa e rótulo para o Circus Atari – incluindo um cartucho selado – e jogos na caixa que constituem variações de rótulos text e picture da Atari, além do raríssimo Circus Atari japonês, para o Atari 2800.
A jogabilidade do Circus Atari é bastante interessante: o jogo é fluido e divertido, embora, devido à resolução do Atari, as bexigas sejam quadradas:
Um recurso interessante da versão doméstica é o fato de que, com o botão dos controles paddle, é possível inverter o lado da gangorra, facilitando o jogo. Essa função não existe no Circus dos arcades.
Este post é parte de uma série.
O próximo post é o 01 – Uma Oportunidade com Bezel Perfeito.
Conheça o passo a passo da restauração do Arcade Circus, da Exidy, através do índice dos capítulos.
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