Após concluída a reforma em marcenaria do gabinete do meu arcade Paddle-Ball, da Williams, iniciei o processo de montagem.
Como de costume, a boa prática é começar pela montagem da fonte e do chicote (harness) enquanto existe maior espaço livre para trabalhar dentro do gabinete.
O processo inicial de montagem do meu arcade Paddle-Ball, da Williams, estava correndo muito bem. Com a eletrônica instalada, chegou o momento de instalar uma das últimas partes, o monitor (que, no caso deste arcade, é uma TV).
Antes disso, realizei a substituição do acrílico – plexi ou plexiglass, como é chamado fora do Brasil. O original estava com 2 furos em cada posição, fruto de algum trabalho de remontagem ruim realizado anteriormente.
Com o auxílio do Paulinho, da Magic Hologram, um pedaço de acrílico nas exatas dimensões e espessura do original foi cortado e polido. A parte difícil foi fazer buracos cônicos no ângulo correto para permitir o encaixe de um novo parafuso, que por sua vez precisava ter medidas bastante particulares: rosca relativamente grossa em comparação ao comprimento. Deu trabalho para encontrar, mas todo cuidado é pouco para evitar que o curso se aproxime da moldura laranja exterior, esta, sim, insubstituível.
Apesar de eu já ter restaurado vários gabinetes de arcade, o Paddle-Ball, da Williams, se transformou em um dos exemplares mais bonitos da minha coleção.
Ele conseguiu unir o cuidado de uma restauração bem executada com a preservação dos elementos originais na maior parte do gabinete. Por exemplo, tive muita sorte de conseguir um exemplar com a moldura laranja em cor vibrante, que poderia ter facilmente desbotado ao sofrer exposição à claridade.
Além disso, elementos como o painel de controle e a coin door, insubstituíveis neste tipo de máquina, especialmente, também se encontravam em excelente estado.
O gabinete do arcade game Super Breakout, da Atari, foi mais um que chegou ao Brasil quebrado, assim como aconteceu, em menor intensidade, com o arcade Track & Field.
O transporte internacional realmente é um desafio à resistência destas máquinas com quase 50 anos de vida. A própria madeira vai enfraquecendo, especialmente quando o gabinete é formado por chapas de aglomerado, que acabam esfarelando com o passar do tempo.
Após detectar que a placa-mãe, ou PCB, do Super Breakout, arcade da Atari, estava com um resistor quebrado, eu não poderia ligar o jogo sem substituir ou consertar esse componente.
A inspeção da placa lógica revelou que o estado geral era muito bom. Apesar de uma leve escurecida na região de força, comum nas placas da época, no restante não percebi maiores problemas ou consertos malfeitos, como em outros games.
Após muito trabalho, finalmente o gabinete do arcade Super Breakout, da Atari, estava com a eletrônica completamente desmontada.
E, assim, seguiu para a marcenaria:
