O próximo passo no processo de restauração do arcade Black Widow seria colocar o marquee iluminado para funcionar, após pelo menos uma década apagado.
Além de seus parafusos externos estarem enferrujados, por dentro a lâmpada e o starter estavam deteriorados. Mas, para minha surpresa, o mais interessante foi localizar um ninho de esquilos, afinal, não estamos familiarizados com este animal no Brasil.
Com a restauração do meu arcade Black Widow quase completa, chega a hora de partirmos aos últimos detalhes para finalizar o processo.
O Diagrama Esquemático
São raras as máquinas que ainda possuem o diagrama original colado na tampa traseira. Na verdade, muitos arcades antigos acabam tendo esta porta danificada e substituída, e este foi o caso do meu Black Widow em algum momento da sua vida.
Com relação aos diagramas, geralmente é possível adquirir reproduções, e assim eu fiz para ter sempre à mão o indicativo da sequência de testes e configurações do arcade:
Esta é a minha primeira série de posts de restauração que traz um arcade vetorial. Aqui no Brasil, é muito difícil conversar com alguém que saiba o que é isso sem que eu tenha que explicar a respeito da tecnologia. E não é para menos, pois, além de antiga, é uma tecnologia que foi pouco disseminada no país e existiu somente por um breve período. Por isso, acho que vale a pena entender um pouco mais sobre ela, primeiro sob a ótica de quem também não sabia nada a respeito e se deparava com este jogo fenomenal nos arcades da época, o Asteroids.
Uma década se passou sem que meu Asteroids fosse consertado apropriadamente. O mau contato e a capacidade limitada de jogar persistiam. Até que, motivado pela história do post sobre os 15 arcades que eu escolheria para montar um game room, voltei a colecionar essas máquinas.
Durante o período que mencionei, desisti de encontrar alguém no Brasil que soubesse fazer a manutenção dos arcades americanos, especialmente com a tecnologia vetorial, completamente desconhecida até mesmo da maior parte dos técnicos remanescentes da época da Taito do Brasil.
Aos poucos, comecei a pesquisar, ler manuais técnicos e aprender os fundamentos principais. Junto com essa pesquisa, fui conhecendo os locais onde é possível comprar peças de eletrônica antiga e separar aquelas que são de boa ou má procedência.
Durante o processo de restore do meu arcade Asteroids, da Atari, eu não poderia deixar passar a oportunidade de ampliar o seu uso. E, para isso, nada melhor que sempre verificar o aftermarket, isto é, peças disponíveis no mercado que não são originais do fabricante. Como de costume, o kit que salva recordes e oferece múltiplos jogos é um upgrade esperado para um arcade como o Asteroids, que foi fabricado em dezenas de milhares de unidades.
O primeiro kit ao qual eu tive acesso foi o obrigatório High Score Save. Trata-se de uma placa auxiliar que realiza um bypass entre o microprocessador e a placa-mãe – a PCB. Ao fazer isto, todos os recordes ficam salvos na memória EPROM do kit, mesmo desligando o arcade da tomada; algo que, principalmente em arcades antigos como o Asteroids, que é de 1979,
O rebuild do monitor é parte essencial do processo de restauração de um arcade vetorial, conforme detalhado no segundo post desta série. Porém, o trabalho ainda não estava completo.
Os Capacitores do G05-801
Os kits para reconstrução do monitor geralmente não são fornecidos com dois importantes capacitores da placa reguladora do monitor Electrohome G05-801 – comumente chamados de “monitor big caps”.
Embora não sejam tão grandes quanto o Big Blue do conjunto de força (27.000µF), ainda assim seu tamanho acima da média se destaca no conjunto de vídeo. Sua capacidade nominal é de 7.200µF e 50V cada, e sua finalidade é filtrar a corrente, gerando uma alimentação contínua e estável, sem variações, no espectro de +/-34V.