Inca #04: Monitor – Novo, mas Precisando de Reparos

Com o gabinete de arcade Inca devidamente limpo, e ainda aguardando o conserto do boardset com as placas de jogo, iniciei testes com o monitor da máquina.

Para ter acesso ao monitor, é possível abrir a coin door do gabinete e liberar a fechadura da porta lateral, ou porta de serviço:

Na parte de baixo, apenas o conector Mate-N-Lok de 12 vias prende o monitor ao chicote da máquina, sem qualquer outra trava. O fusível geral estava perfeito.

Após desconectar o conector Mate-N-Lok, é necessário soltar 4 parafusos que prendem o chassis do monitor ao gabinete do arcade para, enfim, remover o conjunto.

O monitor, um Motorola XM-501-10 em preto e branco, de 19 polegadas, é um clássico de excelente qualidade, usado em boa parte dos arcade games da Era de Bronze (Bronze Age of Arcade Video Games). Pela inspeção, é possível perceber claramente que o monitor estava em estado de novo, em alinhamento com a condição da máquina.

Para o primeiro teste, conectei um cabo extensor vindo do Mirco Challenge, um clone de Pong que utiliza o mesmo monitor.

Inca Arcade Cabinet by PMC Electronics - Motorola XM-501 Monitor Tests

O teste foi negativo, nenhuma imagem apareceu, porém havia ainda outra preocupação: a ausência de som. Muitos jogos Bronze Age necessitam do retorno de 5V vindos do transformador do monitor para poder alimentar a placa lógica, conforme explicado em detalhes no meu post sobre o arcade Circus, da Exidy. E este é o caso do Mirco. Assim, havia a possibilidade de o monitor estar funcionando, porém com problema no transformador, de maneira a não retornar os 5V à placa.

Neste caso, resolvi fazer novo teste com um segundo jogo, o Tank II, da Kee Games, já completamente restaurado. Esse arcade game, apesar de ser um Bronze Age, não utiliza o módulo transformador do monitor. Em vez disso, possui seu próprio conjunto de força que alimenta o monitor e a placa-mãe diretamente a partir do transformador e do retificador de tensão. Dessa forma, não necessitaria do retorno de 5V para mandar o sinal de jogo ao monitor:

Mesmo assim, o resultado para a imagem foi negativo. Como é possível ouvir os sons do jogo, isso demonstra que a placa-mãe estava funcionando no momento do teste.

Outra constatação que fiz foi a presença de alta tensão no anodo do flyback. Com a medição feita através da sonda de alta tensão (que reduz em 1.000 vezes a voltagem), foi possível detectar a presença de mais de 16.000V no circuito.

Dessa forma, retirei o monitor novamente do chassis do Inca e soltei as chapas que o prendem ao gabinete para poder acomodar o monitor no banco do carro e levá-lo para a assistência técnica. Eu consegui desenvolver uma parceria local com a equipe da Chip Notebooks para me ajudar nos reparos e tenho contado com eles para consertar com sucesso boa parte dos meus monitores.

Este post é parte de uma série. Os capítulos anteriores são: Inca ou Inca Boss – A História do Único Exemplar do Arcade no Mundo, Boss e Blue Line – Os Arcade Games do Inca, A Complexa Eletrônica do Inca, da PMC, 01 – Um Arcade Game NOVO Guardado por 50 Anos, 02 – Importação do Gabinete sem a Parte Lógica e 03 – Limpeza: Voltando ao Estado de Novo.

O próximo post é o 05 – A Longa Jornada de Reparo dos Boardsets.

Conheça o passo a passo da restauração do gabinete Inca, da PMC Electronics, através do índice dos capítulos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *