Uma bela jornada. Pouco mais de 10 anos na minha coleção, a maior parte do tempo sem funcionar. Após cerca de 2 anos de tentativas de reparos, muito aprendizado e, finalmente, uma restauração eletrônica de verdade, meu arcade Black Widow, da Atari, está funcionando.
Esta máquina, sobretudo com a lateral do Gravitar (conforme explicado no post sobre a conversão de fábrica), é uma das mais lindas.
Acompanhe a galeria de fotos deste fantástico arcade:
Com o processo de restauração do meu arcade vetorial Black Widow plenamente concluído, eu estava postergando a exaustiva e cuidadosa bateria de testes necessária para ter certeza de que os conjuntos adicionais de monitores WG6100 que eu havia adquirido estavam totalmente funcionais.
Até que, em determinado fim de semana, bastante inspirado, resolvi encarar o desafio. A primeira coisa que fiz foi montar este setup de testes:
Durante a série, conto desde o início todos os desafios e aprendizados pelos quais passei até conseguir recuperar, sobretudo, a parte eletrônica do arcade. Entre os posts, dediquei o capítulo 9 ao desafio de restaurar o painel de controle do Asteroids, considerando manter a originalidade do processo de silkscreen sobre o metal.
No capítulo, menciono um especialista que já havia fabricado painéis para o Asteroids, porém não existia nenhum painel disponível no mercado, nem previsão de fabricação de novas unidades. Na ocasião, foi um beco sem saída.
Esta é a minha primeira série de posts de restauração que traz um arcade vetorial. Aqui no Brasil, é muito difícil conversar com alguém que saiba o que é isso sem que eu tenha que explicar a respeito da tecnologia. E não é para menos, pois, além de antiga, é uma tecnologia que foi pouco disseminada no país e existiu somente por um breve período. Por isso, acho que vale a pena entender um pouco mais sobre ela, primeiro sob a ótica de quem também não sabia nada a respeito e se deparava com este jogo fenomenal nos arcades da época, o Asteroids.
Imagine este cenário: estamos chegando à década de 80 e a Era de Bronze (Bronze Age) dos arcades, caracterizada pelos primeiros jogos em preto e branco (como Space Invaders), está terminando. O mundo ainda não sabe, mas está surgindo o período que ficará conhecido como a Era de Ouro (Golden Age) dos arcades.
Naquela época pré-anos 80, mais precisamente em 1977, surge o primeiro videoarcade vetorial, fabricado pela empresa Cinematronics. O jogo é o Space Wars, adaptado do precursor Spacewar!, também vetorial, que foi um game pioneiro, desenvolvido para funcionar em minicomputadores PDP no MIT (Massachusetts Institute of Technology). Este jogo ancestral, de 1962, estava restrito a laboratórios de informática, sendo o Space Wars, da Cinematronics, o primeiro lançamento comercial acessível ao público.
A Atari, já famosa e com dinheiro em caixa devido ao jogo Pong e ao videogame Atari 2600, que acabara de ser lançado, não demorou a se juntar à nova onda de tecnologia vetorial. Anunciou, em agosto de 1979,
O arcade Asteroids tem um significado muito especial para mim, pois foi o número 1 em minha coleção, neste modelo que é Upright, ou seja, a máquina full-size com o design clássico dos fliperamas. Em 2012, eu ainda não imaginava que seria um colecionador de arcades, apenas adquiri o modelo Asteroids por ser um dos meus jogos preferidos e um verdadeiro clássico da cultura dos fliperamas.
O gabinete desse arcade estava em ótimo estado, com pequenos arranhões e defeitos esperados para um equipamento daquela época. De forma geral, o jogo estava em condição bastante satisfatória, superior à média para esse modelo, que foi um dos mais jogados durante o início da Era de Ouro dos Videogames.