Tapper – A Tentativa de Fazer um Arcade Game para Bebedores de Cerveja
Em 1984, a cena de arcades na América do Norte estava bastante evoluída, com diferentes opções de gabinetes para acomodar as mais variadas necessidades. Os modelos Full Size, ou Upright, eram os preferidos para os salões de arcades, enquanto o Cocktail era utilizado em alguns layouts de bares e as versões Cabaret – uma opção menor dos gabinetes Upright – buscavam ocupar menos espaço.
Foi nesse contexto histórico que a fabricante de brinquedos MGA (Marvin Glass and Associates), inventora do famoso Simon (conhecido no Brasil como Genius), teve a ideia de produzir um video arcade destinado a bebedores de cerveja, para ser colocado exclusivamente em bares. E assim, lançado pela Bally Midway, surgiu o Tapper.

Concebido com suportes para copo e uma barra de latão para apoiar os pés como partes integrantes do gabinete, seu design era simplesmente único, chamando muito a atenção do público tanto na época quanto hoje.
O jogo foi imediatamente patrocinado pela fabricante de cervejas Anheuser-Busch, e já vinha com o tema da Budweiser incorporado. As primeiras máquinas, inclusive, usavam torneiras de chope reais como controles de jogo. Eu nunca vi um gabinete com esses controles; presumivelmente a ideia não deu muito certo, pois rapidamente foram adotadas versões plásticas menores que permaneceram como padrão desde então:

Como esperado, não demorou para o jogo fazer enorme sucesso, o que impossibilitou que ficasse restrito a bares. Porém, o tema do álcool causou enorme repercussão, e para permitir que o jogo se espalhasse por arcades, muito frequentados por crianças e adolescentes, foi criada a versão Root Beer Tapper.
Root Beer é um refrigerante muito conhecido nos Estados Unidos, que, ao contrário do que o nome sugere, não possui álcool. Essa versão do arcade foi, portanto, permitida nos salões de jogos por todos os Estados Unidos e, assim, o Tapper se popularizou sem restrições.
Curiosidade: as conversões para videogames passaram mais tarde pela mesma polêmica, com resultados um tanto quanto curiosos. Os diferentes patrocinadores acabaram gerando variações como Pepsi Tapper e Mountain Dew Tapper, entre outras.
A música de Tapper também vale uma menção honrosa:
- “Oh! Susanna” é facilmente perceptível como música de fundo das fases iniciais;
- O tema da propaganda da Budweiser também está integrado em vários momentos de vitória, como quando se completa uma fase ou se vence o desafio bônus;
- Outras músicas incluem “Buffalo Gals”, “Galop Infernal” e ainda composições originais em fases avançadas.
Para quem tiver interesse em saber mais sobre a história do arcade Tapper, recomendo assistir a este vídeo do PatmanQC:
Tapper não teve muito mais do que 3.000 gabinetes produzidos – sem registro exato da quantidade na versão Root Beer –, o que contribui ainda mais para sua raridade e para o alto valor atual. De todas as máquinas de Tapper, não mais do que 100, em suas edições finais, foram fabricadas em versões especiais com side art colorida:
Além disso, algumas poucas centenas de máquinas foram produzidas no formato Cocktail:

Este post é parte de uma série.
O próximo post é o 01 – O Último Gabinete de Jeff Willard Jr.
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