Reactor #01 – Por Que o Reactor se Tornou um Clássico?
Reactor é um arcade video game da Gottlieb que se tornou um clássico entre muitos colecionadores de arcade por um motivo bastante peculiar: a sua excelente música introdutória, que é tocada durante o attract mode, ou seja, antes de o jogo começar.
No vídeo a seguir, há uma explicação de por que o som só fica perfeito ao se utilizarem as voltagens completas da placa de áudio, que vão de -12v até +30v devido à presença de um forte grave, exigindo o uso da fonte original analógica. Este jogo não pode ser convertido para uma moderna fonte chaveada, pois prejudicaria a qualidade sonora.
No livro de Peter Hirschberg sobre sua famosa coleção – chamada de Luna City Arcade, que tive a oportunidade de visitar na Virginia durante o seu auge, ao redor de 2008 –, ele deixa claro que a escolha do Reactor se deu pela fantástica música de abertura. E, incrivelmente, ele não é a única pessoa que resolveu ter um Reactor em sua coleção somente por esse motivo.

Curiosamente, quando tive a oportunidade de visitar Bob Cunningham no Kentucky, em 2023, ao ligar o Reactor fiquei decepcionado justamente ao perceber que, no meu gabinete, a música estava com defeito:
Mas e Quanto ao Jogo?
A verdade é que Reactor é um jogo extremamente difícil, para o qual se utilizam uma trackball e botões com o objetivo de resfriar o núcleo de um reator nuclear, evitando ser empurrado contra a parede por um enxame de partículas.
Eu mesmo tentei jogar Reactor na visita que fiz ao Game Terminal, em Nashville, e foi um verdadeiro desastre. Simplesmente não consegui.
Acompanhe neste vídeo o gameplay deste jogo peculiar e, ao mesmo tempo, a beleza da sua composição sonora. Os sons de Reactor representam o que existe de mais clássico na cultura dos videogames da década de 80:
E, quem diria, o Reactor foi até mesmo convertido para o Atari 2600 pela Parker Brothers:
Outra curiosidade sobre o Reactor é que foi o primeiro arcade game a trazer o crédito de seu desenvolvedor na tela inicial, Tim Skelly, conhecido por ter criado vários jogos vetoriais para a Cinematronics, incluindo o famoso Star Castle.
Enfim, Reactor realmente é um clássico, mas por motivos não tão óbvios. Certamente o seu jogo importa menos que sua música, mas não podemos deixar de citar a beleza do seu gabinete em tom de laranja e um pouco mais baixo do que os gabinetes convencionais.

Além disso, o Reactor possui formato inusitado, inclinado para trás e ligeiramente “bold”, pois é consideravelmente mais comprido na sua parte inferior, com cerca de 20 cm a mais do que a média dos gabinetes Full Size (83 cm contra 63 cm da média).
Este post é o primeiro de uma curta série. O post seguinte é o 02 – A Curiosa História da Compra e Venda e o post introdutório é o Reactor Arcade Game by Gottlieb.
