Information Junk Food – O Perigo dos Filtros Sociais
O Google e o Facebook estão lhe escondendo informações. Surpreso? Parece sensacionalismo? Mas é a mais pura verdade.
Uma tendência que se consolidou nos últimos anos em diversos mecanismos de busca, sejam eles sites como o Google ou redes sociais como o Facebook, é a personalização da busca. Isso significa que sua busca é diferente da busca do seu amigo. O feed do Facebook não traz notícias de todos os seus amigos, apenas daqueles que você “curte” com frequência ou clica mais. As notícias do Google também são customizadas para atender seus gostos pessoais, exibindo aqueles resultados que tendem a lhe agradar e resultar em um clique do seu mouse.
O resultado é que você acaba vendo o que lhe parece familiar, aquilo que você gosta. Isso retira da sua telinha tudo aquilo que tende a não lhe agradar, mas que pode ser muito importante na formação de um ponto de vista. É importante obter pontos de vista contrários, aprender coisas novas, se deparar com o desconfortável – mesmo que você não “curta”.
Eli Pariser, o famoso ativista e autor do livro “The Filter Bubble – What the Internet is Hiding from You“, fez uma brilhante apresentação na Ted 2011, que explica tudo sobre esse fenômeno. São 9 minutos que valem a pena e podem mudar seu conceito sobre a Internet:
Você sabe o verdadeiro motivo pelo qual foram criados os filtros sociais?
Seria para proporcionar uma experiência mais agradável ao usuário? Você pode pensar que sim, mas essa é uma consequência do objetivo final.
A resposta verdadeira é: DINHEIRO. Nenhum site sobrevive sem cobrar pelo serviço. Você, usuário, pode não pagar para acessar o Facebook ou fazer uma pesquisa no Google, mas isso é porque os anunciantes pagam a conta. E você, ao permanecer em um site, visualizar propagandas e, eventualmente, clicar nelas, está fechando a equação.
Por esse motivo, os sites e redes sociais não querem apresentar um conteúdo que você não goste ou se sinta desconfortável. Pois eles precisam que você permaneça logado, navegando e clicando. Assim você será mais lucrativo.
Concordo muito com o final do vídeo do Eli Pariser: “Precisamos que a internet seja aquilo que sonhamos. Precisamos que ela nos apresente a novas ideias, novas pessoas e diferentes perspectivas. E ela não vai fazer isso se nos deixar isolados em uma web de uma pessoa“.
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Uma análise perfeita da situação.
Concordo muito com o final do vídeo do Eli Pariser (3): “Precisamos que a internet seja aquilo que sonhamos. Precisamos que ela nos apresente a novas ideias, novas pessoas e diferentes perspectivas. E ela não vai fazer isso se nos deixar isolados em uma web de uma pessoa”;
Olá Rodrigo, perfeito, é isso mesmo. Obrigado pelo comentário! Abraços.