Com o gabinete do arcade Asteroids Deluxe, da Atari, em excelentes condições estéticas após a restauração, eu iniciei o processo de remontagem dos componentes eletrônicos.
O fator fundamental para o sucesso de uma remontagem é documentar com muitas imagens todo o interior da máquina conforme recebida originalmente. Assim, ao iniciar o processo final de montagem, é possível se basear em um catálogo fotográfico:
Eu nunca havia feito uma restauração do painel de controle, pois já havia sido alertado de que esse trabalho era extremamente ingrato e difícil, além de ter presenciado por fotografias o pesadelo que John Wirtz enfrentou ao restaurar o painel do meu arcade Track & Field, ainda nos Estados Unidos.
No entanto, havia dois fatores que me incomodavam no painel do meu arcade Asteroids Deluxe, sendo o primeiro deles o fato de o adesivo estar descolando nas dobras, e o segundo, a falta de fidelidade da cor:
Após concluir a cuidadosa montagem completa da eletrônica do arcade Asteroids Deluxe, da Atari, e restaurar o painel de controle, só faltava um pequeno detalhe de acabamento: a fixação do chicote, um trabalho que pode ser feito ao longo da instalação, mas que eu prefiro deixar para o final, depois de dimensionar bem todas as folgas que ele precisa ter – maiores em certas partes e menores em outras.
Após a montagem, o chicote se encontrava desta forma, solto:
Restaurar o arcade Asteroids Deluxe, um vector monocromático da primeira geração da Atari, representou, mais uma vez, um grande aprendizado e ajudou a aprimorar ainda mais o meu conhecimento em máquinas vetoriais. Afinal, esse foi o segundo arcade vetorial P&B que tive em minha coleção, e, por ter placas intercambiáveis com o Asteroids original, facilita muito obter diagnósticos em caso de problemas.
Foi também o primeiro caso em que a restauração eletrônica andou lado a lado com a restauração estética, sendo o primeiro arcade em que realizei ambos os tipos de restauração em conjunto.
O resultado é este:
Após contar a história do meu primeiro arcade vetorial monocromático, o Asteroids, agora chegou a vez de mostrar o processo de restauração do meu primeiro arcade vetorial colorido, o Black Widow.
De uma complexidade técnica consideravelmente maior, os color vectors representaram uma grande evolução da tecnologia iniciada com os arcades em preto e branco. O período dos vetoriais coloridos foi ligeiramente curto, da metade de 1981 até o fim de 1983, o auge da Era de Ouro dos Videogames. Durante aqueles dois anos e meio, foram uma verdadeira febre e preencheram uma lacuna da tecnologia, quando os arcades tradicionais com monitores raster (de pixels, como conhecemos hoje) ainda não tinham velocidade suficiente para oferecer jogos com melhor qualidade.
O cenário: início da gloriosa década de 80. A Era de Bronze dos Arcades, quando apareceram os primeiros jogos em preto e branco, acabou. Estamos no início da Era de Ouro dos Videogames, caracterizada pela segunda geração de jogos e pelo domínio da empresa Atari, tanto no mercado profissional quanto no doméstico, através do console Atari 2600.
Naquele momento, limitada pela lenta tecnologia dos monitores tradicionais, a indústria já havia inventado, como alternativa, os jogos vetoriais monocromáticos. Os primeiros arcades dessa geração foram Lunar Lander, Asteroids e Battlezone, entre outros.
A evolução da tecnologia era esperada: surgiram em seguida os color vectors, ou arcades vetoriais coloridos. A Sega/Gremlin saiu na frente com o lançamento do jogo Space Fury, em julho de 1981:
